quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

My Little Princess Nerd: Finalizada ✔


♪(...) Mas ela usa salto alto
Eu uso tênis
Ela é capitã de líderes de torcida
Eu estou na arquibancada
Sonhando com o dia
Que você irá acordar e descobrir
O que você estava procurando
Esteve bem aqui todo o tempo (...)♪

Capítulos:


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

My Little Princess Nerd ♥♥Capitulo 10 (Último)♥♥

My Little Princess Nerd



Miami, Flórida                                                           11:00 a.m (SÁBADO)

Eliza Gollen narrando :

Escutei alguém me chamando, uma voz feminina familiar, não só uma voz, eu acho que tinha mais duas vozes familiares femininas. Achei que era um simples sonho, por isso apenas resmunguei e virei de barriga para baixo. As mesmas vozes fizeram um som que parecia risada, calma ai. Não era um sonho. Abrir meus olhos bem lentamente, estava vendo tudo embaçado, mas podia ver que tinha três pessoas me olhando. Cocei os olhos com a palma da minha mão, vendo na minha frente, minhas três amigas, Cait, Jas e Suzy. Calma ai, o que elas estão fazendo aqui? Ah sim, hoje é o baile de boas-vindas da escola, mas eu continuo me perguntando, o que elas estão fazendo aqui?

Eu: O que vocês estão fazendo aqui?_ perguntei me sentando na cama, elas estavam com um sorriso idiota na cara.

Jas: Hello, hoje é o baile. Isso quer dizer...

Eu: Quer dizer?_  falei levantando as sobrancelhas.


Cait+Jas+Suzy: COMPRAS E SALÃO DE BELEZA._ gritaram elas começando a fazer uma dancinha estranha.


Eu: Okay, okay. Mas eu não confirmei nada de que eu vou nesse baile._ falei franzindo a testa.

Cait: O quê? Vai me dizer que é por causa do Justin?_ eu apenas abaixei a cabeça._ Fala serio Liza, não deixe ele estragar esse noite maravilhosa que vai ser.

Suzy: Concordo._ disse balançando a cabeça de cima pra baixo.

Eu: Não é por causa dele, ta legal? É porque eu não estou afim de ir.


Jas: Você vai sim, e ponto final._falou puxando o lençol de cima de mim.

Eu: Ahh serio isso?_ falei fazendo biquinho.


Cait: Sim senhora, agora coloque uma roupa bem estilosa e depois desça, que vamos pedir para a Rose fazer um café da manhã bem reforçado pra você.

Eu: Nossa, até parece que eu vou casar._ falei revirando os olhos e me levantando.

Jas: Para de reclamar e vai logo._ disse por fim e saiu as três do meu quarto.

Fiquei rindo sozinha delas, essas garotas são malucas mesmo. Foi até meu closet, dei uma olhada em algumas roupas minhas, olhei pela janela que tinha ali e o tempo estava normal, nem frio e nem quente demais. Então eu peguei uma blusa/cinza sem manga e um short jeans. Foi até o banheiro, peguei minha toalha que estava atrás da porta e a coloquei junto com minhas roupa em cima da pia. Tirei minha roupa e tomei um banho de 10 minutos, quando terminei, me sequei e me vestir logo em seguida, voltei pro closet, pego meu vans preto e pego uma bolsa, arrumo meu cabelo e coloco tudo que vou precisar na bolsa...


Dei uma última olhada no espelho, desci as escadas, as meninas estavam sentadas na mesa da cozinha junto com a Rose, comendo seus deliciosos café da manhã, me sentei perto dela fazendo a mesma coisa. Suzy falou alguma coisa comigo, mas eu não prestei atenção porque o que aconteceu ontem me veio à cabeça. Tudo aconteceu tão rápido, em tão poucos dias o Justin falou comigo, eu me apaixonei por ele, ele se declarou na frente da escola todo, vejo ele com a Mandy e ele vem pedi perdão pra mim...

Cait: Liza, você escutou o que a Suzy disse?_ perguntou ela passando a mão na minha cara.

Eu: O quê?_ perguntei piscando os olhos e olhando pra elas.

Suzy: Estava perguntando se você já tem uma ideia do que vestir?_ perguntou ela rindo.

Eu: Não, eu acho que não.


Falei apenas isso e fiquei quieta, as meninas falavam do que iam usar na festa, e eu apenas observava, não estou nem um pouco animada. Assim que terminamos, nós despedimos da Rose, e saímos da minha casa entrando no carro da Jas. As mesma ligaram o som, começou a tocar Boss das meninas do Fifth Harmony, Cait deu um gritinho e aumentou o volume, elas começaram a cantar, então para não ficar sem graça eu comecei a cantar também com elas, o caminhou até o shopping foi assim, a gente cantando igual umas loucas as músicas que passava na rádio...

[...]

Chegamos ao shopping, Jas estacionou na primeira vaza que viu, saímos do carro, eu estava mais animada agora. Entramos no shopping, começamos a olhar as coisas na vitrine, tinha muitas coisas bonitas, mas nada que eu queria. Fomos eu varias lojas, e até agora eu não arrumei nada. Chegou a hora do almoço, fomos almoçar em um restaurante italiano que tinha ali no shopping...

Jas: Você está tão quieta Liza._ disse sentando na mesa do restaurante, já tínhamos pedido a comida e ela estava deliciosa.

Eu: Não é nada, eu só estou um pouco pensativa hoje._ falei dando de ombro e olhando para minha comida. 

Elas ficaram quietas me olhando, elas sabiam que tinha acontecido alguma coisa...

Eu: Quando eu estava voltando pra casa._ respirei fundo._ O Justin tava lá.

Suzy: O que ele queria?

Eu: Ele me disse que era armação da Mandy, me pediu para ir ao baile e disse que me amava._ falei olhando pra baixo.


Cait: Eu te falei que era armação daquela vadia._ falou ela um pouco alto, as pessoas que estavam sentadas do nosso lado ficou olhando pra ela.

Eu: Não quero falar sobre isso._ falei voltando a comer.

Jas: Tudo bem. Então, não gostou de nem uma vestido que vimos?_ elas já tinham comprado seus vestidos, menos eu.

Eu: Tudo o que eu vi era exagerado, e uma festa de boas-vindas e não uma festa de formatura ou de 15 anos. Quero uma coisa simples.

Cait: Eu sei o lugar perfeito._ disse sorrindo.


Quando terminamos de comer, dividimos a conta e fomos até a loja onde a Cait tinha falado. Assim que entrei fiquei encantada pela loja, ela era linda e as roupas de lá eram perfeitas. Fiquei até indecisa em que vestido escolhe, mas no final escolhi uma branco que tinha uma espece de cinto preto e que era meio transparente do peito, era perfeito para a ocasião, escolhi um sapato preto e uma bolsinha preta com umas bolas brancas. Depois que paguei tudo, fomos até o salão de beleza, pedi uma coisa simples do cabelo, apenas pedi uma escova e que fizesse babyliss nas pontas...

[...]

Eu estava sentada, em frente ao meu espelho, Cait estava cuidando da minha maquiagem, ela e as meninas já estavam prontas e estavam perfeitas, apenas faltava minha maquiagem para está pronta também. Por algum motivo, que eu não sei explica, eu estava nervosa. Já estava com meu vestido, que caiu direitinho no meu corpo, já estava com os sapatos que eram bem confortáveis, meu cabelo já estavam bem arruma, só faltava a maquiagem mesmo, mas logo a Cait terminou ela. Ela então me virou pro espelho, nem parecia que era eu mesma, eu estava perfeita, era incrível como a Cait conseguia fazer milagres... 


Eu: Meu deus, é incrível como você consegui fazer milagres._ falei me olhando no espelho.

Cait: Ah para, você é linda de qualquer jeito Liza._ disse sorrindo.


Suzy: Pois é.

Jas: Bem meninas, melhor irmos logo pra festa, está quase na hora._ disse olhando as horas no celular.

Peguei meu celular colocando na bolsinha e coloquei um pouco de dinheiro também. Saindo do meu quarto, descemos as escadas e entramos do carro da Jas. As meninas estavam tão animadas, eu nem estava tão assim. Elas cantavam a música que tocava na rádio super animadas e eu apenas olhava pela janela com os pensamentos à mil. Eu deveria parar um pouco de pensar no Justin e me divertir com as meninas, mas eu não conseguia. Um pergunta ficava martelando na minha cabeça. Porque será que o Justin queria tanto que eu fosse para esse baile?

[...]

As poucos, fui me animando com os garotas, assim que chegamos, elas deram um gritinho de alegria. Por fora, a decoração estava perfeita, acho que fizemos um bom trabalho e quando entramos, tava mais linda ainda. Definitivamente fizemos um bom trabalho, fomos para a quadra, onde todos os alunos estavam lá, bebendo e se divertindo. A banda da escola tocava uma música qualquer, as meninas me arrastaram para o local onde ficava as bebidas, por incrível que parece, tinha algumas bebidas com álcool, mas era muito pouco, bem pouco mesmo. Olhei as bebidas e decidi pegar um suco de morango, que estava tão bonito que chamou minha atenção, tinha até um morango em cima, não sou muito fã de morango, mas a bebida me chamou atenção. Peguei o morango e comecei a comer ele, as meninas conversavam animadas e eu estava olhando em volta, consegui ver Chaz e Ryan, estranhei por Justin não está perto deles, mas assim que olhei mais pro lado, ele estava lá, junto com a Mandy. Me virei na hora que ele me viu encaram eles, respirei fundo para não chorar...

Jas: Amiga, esquece eles okay? Os garotos mais gatos da escola estão te olhando e doidinhos pra ficar com você, vamos aproveitar esse baile._ disse me abraçando de lado.

Cait: Vai lá fora, tomar um ar, depois você volta._ falou ela sorrindo fraco.

Suzy: Não vamos sair daqui._ disse dando uma piscadela.


Eu: Tudo bem. Não vou demorar._ falei deixando a bebido na mesa.

Me afastei de todos, alguns caras mandavam uns cantadas pra mim, mas eu nem ligava. Fiquei um pouco lá fora, sentada em um banco qualquer, até que um grupo de três garotas passaram do meu lado falando que o Justin ia cantar uma música pra Mandy. O que?! Não acredito nisso, eu preciso ver essa palhaçada. Melhor não, vou ficar aqui que eu sofro menos, mas como eu sou curiosa, minhas pernas começaram a andar até a entrada da quadra. Justin estava lindo em cima do palco, ele estava sentado em um banquinho e a Mandy estava na frente do palco toda sorridente com suas amigas...

Justin: Olá pessoal, eu vou cantar uma música que eu escrevi com muito carinho pra uma pessoa..._ me virei com lagrimas nos olhos, estava pronta pra ir embora quando ele disse._ Liza, eu sei que foi um idiota dês do começo por não ter ido falar com você, eu te conhecia faz tempo mais eu não tinha coragem de falar contigo. Sobre o acontecido de ontem, eu fui mais idiota ainda por pensa que era você que estava me beijando. Mesmo você não ficando comigo, eu só queria o seu perdão, apenas isso. Eu escrevi essa música pra você, escrevi tudo o que senti por você e espero que você goste.

Ele falava aquilo tudo olhando pra mim, como ele conseguiu me enxerga daqui, meus olhos estavam cheios de lagrimas e eu estava nem reação. Senti algum puxar meu braço, me levando até a frente do palco, Mandy chorava rios e nem olhou pra minha cara, apenas saiu andando com suas amiguinhas. Justin deu um pequeno sorriso pra mim e começou a tocar seu violão... (Coloca All That Matters pra tocar. By: Mylena.)

Uh-oh, just as sure as the stars in the sky
(Uh- oh, tão certo como as estrelas no céu)
I need you to shine in the light
(Eu preciso de você para brilhar na luz)
Not just for the meanwhile, for a long long time, better believe it
(Não apenas por enquanto, por um longo longo tempo, melhor acreditar nisso)

Uh-oh, whenever you’re not in my presence
(Uh- oh , quando você não está na minha presença)
It feels like I’m missing my blessings, yeah
(Parece que estou perdendo minhas bênçãos , sim)
So I sleep through the daylight, stay awake all night
(Então eu durmo pela luz do dia, fico acordado a noite toda)
Till you back again, yeah, yeah

(Até você voltar, yeah, yeah)

You think I’m biased
(Você acha que eu sou influenciável)
Too much I never get other
(Muita coisa que eu nunca consegui)
You hit it right on the head
(Você bateu bem na cabeça)
Only been missing my lover
(Só estou precisando da minha amada)

Got a whole lot of texts in my phone and I don’t reply
(Tem um monte de textos em meu telefone e eu não responderei)
But the next day bothers you, I
(Mas no dia seguinte o incomoda, eu)

You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)
Yeah yeah, ain’t worry about nobody else
(Yeah yeah , não se preocupe com mais ninguém)
If it ain’t you, I ain’t myself
(Se não for você, eu não sou eu mesmo)
You make me complete
(Você me faz completo)
You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)

Yeah, yeah, what’s a king bed without a queen
(Yeah, yeah, o que é uma cama king size , sem uma rainha)


There ain’t no “I” in team
(Não existe “eu ” em equipe)
You make me complete
(Você me faz completo)
You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)

Ele cantava olhando nos meus olhos, eles que já estavam cheios de lagrimas e algumas caindo pelo meu rosto. Eu amava ele e nada vai impedir isso...

Take the keys out the car it won’t drive

(Pegue as chaves do carro, não irei dirigir)

That’s how I feel when you’re not by my side
(Isso é como eu me sinto quando você não está ao meu lado)
When I wake up in the morning up under you, and only you
(Quando eu acordo de manhã acima de você, e só você)

Uh-oh, I’m grateful for your existence
(Uh- oh , eu sou grato por sua existência)


Faithful no matter the distance
(Fieldade não importa a distância)
You’re the only girl I see
(Você é a única garota que eu vejo)
From the bottom of my heart please believe
(Do fundo do meu coração, por favor, acredite)

You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)
Yeah yeah, ain’t worry about nobody else
(Yeah yeah , não se preocupe com mais ninguém)
If it ain’t you, I ain’t myself
(Se não for você, eu não sou eu mesmo)
You make me complete
(Você me faz completo)
You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)

Yeah, yeah, what’s a king bed without a queen
(Yeah, yeah, o que é uma cama king size , sem uma rainha)
There ain’t no “I” in team
(Não existe “eu ” em equipe)
You make me complete
(Você me faz completo)
You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)

Yeah, yeah, yeah, yeah
(Yeah, yeah, yeah, yeah)
You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)
Yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah
You’re all that matters to me
(Você é tudo que importa para mim)

Todos aplaudiram quando ele terminou, eu já estava vermelha de tanto chorar. Justin desceu do palco com o microfone na mão ainda e ficou bem na minha frente. Todos fizeram uma rodinha á nossa volta...

Justin: Nós nem namoramos direito, e com apenas esses dias eu já senti sua falta, com apenas esses dias eu posso dizer que eu te amo. 
Não sei mais viver sem você, você é a pessoa com quem eu sonho toda noite. 
Não sei como, nem sei quando comecei a te amar, agora eu só sei que te amo. 
Você me deu vida nova, transformou minha tristeza em alegria. 
Você é que adoça minha alma. 
Você é quem me fez descobrir, dentro de mim, o mais puro sentimento que uma pessoa pode sentir por outra. 
Você é aquele que me deu asas, segurou minhas mãos e me fez voar junto a ti. 
Quando a saudade vem, me lembro de tudo que você é para mim.
Te amo e ninguém vai tirar você de mim. 
Porque você é o meu sonho e eu não consigo mais viver sem você. 
Eu quero estar do seu lado, até meu ultimo suspiro .. quero ter você comigo até a ultima batida do meu coração, quero estar com você só até eu morrer! Eu não vejo vida sem você, você é tudo tudo, tuuuudo que eu tenho, MEU anjo! O anjo que deus mandou pra mim pra me iluminar e estar comigo o tempo todo e o melhor por cuidar de mim e se preocupar comigo, como ninguem jamais cuidou ou se preocupou, eu te amo, tanto, obrigada viu ? Por tudo!
_ disse com lagrimas nos olhos._ Eu queria saber, se você aceita ser minha? Ser minha namorada.

Eu não sabia o que dizer, apenas queria beijar ele e telo pra sempre na minha vida. Então foi isso que eu fiz, puxei ele pela nuca lhe dando um beijo cheio de saudades e amor...


Todos começaram a gritar, alguém tirou o microfone da mão do Justin e mandou o DJ soltar o som. Aos poucos as pessoas foram desfazendo a rodinha e voltaram a fazer o que estava fazendo. Teve que me separar de Justin quando o ar faltou no nosso corpo...

Eu: Ai meu deus, eu te amo tanto, e claro que eu aceito._ falei colocando minha testa com a dele.

Justin: Eu te amo muito mais. Me desculpe por..._ interrompi ele com um selinho.


Eu: Esquece isso, esquece tudo. Estamos juntos isso que importa._ falei sorrindo.

Justin: Eu te amo._ disse voltando a me beijar.

Bem, eu sei que isso é um pouco louco, a gente nem se conhece direito e o ano tá começando agora, mas quem liga, se eu amo ele e ele me amo quem vai impedir isso. Esse nosso romance é um pouco clichê, não acham? O popular se apaixonou pela nerd, o mundo é tão estranho. Eu gosto de coisas clichês, mas n
ão quero ser clichê ao falar sobre ele, até porque eu mesma já estou cansada de tantos piegas por aí. Porém andei pensando, e concluí que se tratando dele, não há como não ser clichê. Pois o amor, mesmo incorrespondido, é clichê, é piegas, é antiquado, e sempre será. Não quero ser dramática, pois eu não sou. É apenas uma declaração da realidade. Ele entrou na minha vida sem querer, e a mudou por completo. Mudou, me fez bem, sentia-me nas nuvens quando estava ao lado dele. Fez o meu ego melhor, melhorou tudo em mim. 
Não existe alguém no mundo que eu possa amar mais do que ele, não existe também, outro alguém que me faça tão feliz e completa como ele me faz, o que eu sei de verdade e que não tenho dúvida alguma é o que eu sinto por ele, o mais puro dos amores que já vi, o mais exagerado, o maior, o amor que enquanto mais te dou, mais cresce, o amor que quero levar comigo pra onde for, o amor que preciso todos os dias pra me levantar, o amor que me mantem feliz até nos momentos que não estou com ele, aquele amor que uma vida seria muito pouco para explicar ...

 
Eu sempre fui uma bosta com finais, mas tá ai. Espero que gostem dele mesmo tando uma merda e obrigado a todos que comentaram. Amo vocês <3 XOXO By: Mylena.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Fallen: Capítulo 19 "Fora de vista"


No topo da escada estava uma parede reta de tijolos. Becos sem saída de qualquer tipo sempre fazia Luce sentir-se claustrofóbica, e este era ainda pior devido à faca pressionada em sua garganta. Ela se atreveu a olhar de volta para a íngreme subida que elas tinham escalado. Daqui, parecia uma queda muito longa e dolorosa.
A Srta. Sophia estava falando em outra língua outra vez, murmurando em voz baixa enquanto ela habilmente abria outra porta secreta. Ela empurrou Luce em uma pequena capela e trancou aporta atrás delas. Estava gelado lá dentro e cheirava esmagadoramente a pó calcário. Luce lutava para respirar, para engolir a saliva irritadiça em sua boca.
Penn não podia estar morta. Tudo isso não podia ter acontecido. A Srta. Sophia não podia ser tão má. Justin disse para confiava na Srta. Sophia. Ele disse para ir com ela até que ele pudesse encontrar-se com Luce...
A Srta. Sophia não prestou atenção a Luce, simplesmente caminhou ao redor da sala, acendendo velas atrás de velas, curvando-se por cada uma, e continuava cantando em uma língua que Luce não conhecia. Em um abrir e fechar de olhos revelou-se que a capela estava limpa e bem conservada, o que significava que não tinha passado muito tempo desde que alguém mais esteve aqui. Mas certamente a Srta. Sophia era a única pessoa no campus que teria uma chave para uma porta secreta. Quem mais sabia que este lugar existia?
O teto de telhas vermelha era inclinado e irregular. Largas tapeçarias desbotadas cobriam as paredes, representando imagens arrepiantes de criaturas metade homem, metade peixe lutando em um oceano revolto. Havia um pequeno altar branco na frente e algumas filas de bancos de madeira simples ordenados ao longo do piso de pedra cinza. Luce procurou ao redor desesperadamente por uma saída, mas não havia outras portas nem janelas. As pernas de Luce estavam tremendo de raiva e medo. Ela estava em agonia por Penn, traída e deixada sozinha ao pé da escada.
— Por que você está fazendo isso?— Ela perguntou, apoiando-se contra as portas arqueadas da capela. — Confiei em você.
— Essa é sua culpa, querida— a Srta. Sophia disse, rudemente torcendo o braço de Luce. Em seguida, o punhal estava de novo em seu pescoço e ela estava sendo guiada até um corredor da capela. — A confiança é uma ocupação negligente, na melhor das hipóteses. Na pior das hipóteses, é uma boa forma de ser assassinada.
A Srta. Sophia empurrou Luce em direção ao altar.
— Agora seja boazinha e deite-se, sim?
Porque a faca ainda estava muito próxima de sua garganta, Luce fez o que ela ordenou. Ela sentiu um pouco de frio em seu pescoço e levantou sua mão para tocá-lo. Quando levantou o dedo, as pontas estavam vermelhas com pontos de sangue onde a lâmina a tinha picado. A Srta. Sophia bateu em sua mão.
— Se pensa que isso é ruim, deveria ver o que está perdendo lá fora — ela disse, fazendo Luce estremecer.
Justin estava lá fora.
O altar era uma plataforma quadrada branca, um único pedaço de pedra não tão maior que Luce. Ela sentia frio e desespero, exposta em cima dele, imaginando os bancos sendo preenchidos por fiéis sombrios esperando que sua tortura começasse. Olhando para cima, ela viu que havia uma janela nesta capela cavernosa, uma longa roseta de vidro como uma clarabóia no teto. Tinha um complicado desenho floral geométrico, com rosas vermelhas e roxas contra o fundo azul-marinho. Teria sido muito mais bonito para Luce se tivesse oferecido uma vista lá de fora.
— Vejamos, onde parei... ah, sim!— a Srta. Sophia foi para baixo do altar e voltou com uma comprida e grossa corda. — Não se mova, agora— pediu, agitando a faca em direção a Luce.
Então ela prendeu Luce a quatro buracos na superfície do altar. Primeiro cada tornozelo, em seguida, os pulsos. Luce tentou não contorcer-se pela dor enquanto era amarrada como uma espécie de sacrifício.
— Perfeito! — exclamou a Srta. Sophia, dando-lhe confusos nós, puxando firme.
— Você planejou tudo isso— Luce percebeu, perplexa.
A Srta. Sophia sorriu tão docemente, como fez no primeiro dia que Luce tropeçou ao entrar na biblioteca.
— Eu diria que não é nada pessoal, Lucinda, mas na verdade, é — ela gargalhou. — Estive esperando por muito tempo para este momento a sós com você.
— Por quê? O que você quer de mim?
— De você, só quero eliminá-la. É Justin quem quero libertar.
Ela deixou Luce no altar e moveu-se até um átrio próximo dos pés de Luce. Levantou o livro de Gregori e começou a folhear rapidamente as páginas. Luce relembrou o momento quando ela abriu o livro e viu seu rosto ao lado de Justin pela primeira vez. Como finalmente chegou a ela que ele era um anjo. Até então ela não sabia praticamente nada, mas mesmo assim tinha certeza de que a fotografia significava que ela e Justin podiam ficar juntos.
Agora isso parecia impossível.
— Você só fica lá desmaiando sobre ele, não é?— Srta. Sophia perguntou. Ela fechou o livro e bateu o punho na capa do livro. — Este é precisamente o problema.
— Qual é o problema com você? — Luce se debatia contra as cordas que a sujeitavam no altar. — O que importa o que Justin e eu sentimos um pelo outro, ou quem de nós dois namora em primeiro lugar?
Esta psicopata não tinha nada haver com eles.
— Gostaria de ter uma conversa com quem pensou que colocar o destino de todas as nossas almas imortais nas mãos de um par de crianças apaixonadas era uma ideia tão brilhante— ela levantou um punho e agitou no ar. — Eles querem que o equilíbrio seja direcionado? Eu mostrarei a eles a direção do equilíbrio.
A ponta de sua adaga brilhava à luz da vela. Luce tirou os olhos da faca.
— Você é louca.
— Se querer um final para a mais longa e sangrenta batalha já travada significa que estou louca — no tom da Srta. Sophia estava implícito que Luce era uma estúpida por ainda não saber o que era tudo isso — que assim seja.
A ideia de que a Srta. Sophia pudesse dizer algo sobre o final de uma batalha não encaixava na cabeça de Luce. Justin estava lutando uma batalha lá fora. O que estava acontecendo aqui não podia se comparar com isso, independentemente da Srta. Sophia ter passado para o outro lado.
— Disseram que seria o Inferno na Terra — Luce murmurou. — O Fim dos Dias.
A Srta. Sophia começou a rir.
— Parece ser dessa forma para você agora. É tão surpreende assim que eu seja um dos mocinhos, Lucinda?
— Se está do lado bom — Luce soltou— não parece uma guerra que vale a pena lutar.
A Srta. Sophia sorriu, como se ela estivesse esperado essas mesmas palavras.
— Sua morte pode ser o empurrão que Justin precisa. Um pequeno empurrão na direção certa.
Luce se retorceu no altar.
— Você... você não me machucaria.
A Srta. Sophia se aproximou, e colocou seu rosto perto. O aroma artificial de talcos velhos de bebê chegou ao nariz de Luce, dando-lhe náuseas.
— É claro que eu faria— Srta. Sophia respondeu, balançando a selvagem prata borbulhante de seu bagunçado cabelo. — Você é o humano equivalente a uma enxaqueca.
— Mas eu voltarei. JUstinme disse— Luce engoliu saliva. Em dezessete anos.
— Oh, não, você não voltará. Não desta vez. Naquele primeiro dia que você entrou na minha biblioteca, vi algo em seus olhos, mas não conseguia saber o que era— ela sorriu para Luce. — Conheci você muitas vezes antes, Lucinda, e a maioria das vezes, era absolutamente chata.
Luce ficou tensa, sentindo-se exposta, como se estivesse nua no altar. Uma coisa era Justin ter encontrado-a em outras vidas – mas outros a tinham conhecido também?
— Desta vez— a Srta. Sophia continuou— desta vez tem algo a margem. Uma chama genuína. Mas não foi até esta noite, esse lindo erro de seus agnósticos pais.
— O que tem meus pais?
— Bem, querida, a razão pela qual volta de novo e de novo é porque todas as outras vezes em que nasceu, era iniciada em uma crença religiosa. Desta vez, quando seus pais optaram por não batizá-la, eles efetivamente deixaram sua pequena alma exposta para os outros— ela deu de ombros dramaticamente. — Sem o ritual de boas-vindas em uma religião, equivale a não reencarnação para Luce. Uma pequena, mas essencial curva em seu ciclo.
Podia ser isso o que Ariane e Gabbe estiveram insinuando no cemitério? A cabeça de Luce começou a latejar. Um véu de pontos vermelhos apoderou-se de sua visão e começou um zumbido em seus ouvidos. Ela piscou lentamente, sentindo até mesmo essa pequena escova de seus cílios fecharam-se como uma explosão através de sua cabeça. Ela estava quase feliz que já estava deitada. De outra maneira teria desmaiado.
Se este era realmente o final... bem, não podia ser.
A Srta. Sophia inclinou-se mais perto do rosto de Luce, enviando cuspe com suas palavras.
— Quando você morrer esta noite, você morre. É isso aí. Acabado. Nesta vida não é mais do que aparenta ser: uma estúpida, egoísta, ignorante garotinha mimada que acredita que o mundo vive ou acaba dependendo se ela consegue sair com algum galã da escola. Mesmo se sua morte não completar algo tão esperado, glorioso e grande, ainda encontraria sabor ao matá-la.
Luce observou quanto a Srta. Sophia levantou a faca e tocou o dedo em sua lâmina. A cabeça de Luce revirou. Durante todo o dia, havia tanto o que processar, tantas pessoas dizendo-lhe coisas diferentes. Agora o punhal estava pressionado contra seu coração e os olhos verdes vibrantes outra vez, sentiu a Srta. Sophia sondando ao longo de seu peito pelo espaço entre suas costelas, e pensou que havia alguma verdade no enlouquecedor discurso da Sra. Sophia.
Colocar tanta esperança no poder do amor verdadeiro – no qual ela sentia que estava dificilmente no princípio de um vislumbre dela mesma – era ser ingênua? Afinal, o amor verdadeiro não podia ganhar aquela batalha lá de fora. Podia não ser capaz de salvá-la de morrer aqui neste altar.
Mas tinha que acreditar. Seu coração ainda batia por Justin– e até que isso mude, algo no fundo de Luce acreditou neste amor, no poder de convertê-la em uma versão melhor de se mesma, de transformar ela e Justin em algo glorioso e bom – Luce gritou quando o punhal picou sua pele –então em estado de choque enquanto a janela de vidro sobre sua cabeça, parecia quebrar e o ar ao redor dela se encheu de luz e ruído.
Um vazio, precioso zumbido. Um brilho ofuscante. Então, ela tinha morrido.
O punhal tinha ido mais fundo do que ela sentiu. Luce movia-se para o próximo lugar. De que outra forma podia explicar as brilhantes, reluzentes formas pairando sobre ela, descendo do céu, a cascata de brilhos, o brilho do céu? Era difícil ver algo claramente na cálida luz prateada. Deslizando sobre sua pele, parecendo um veludo macio, como o glacê sobre um bolo. As cordas segurando seus braços e suas pernas foram soltas, então, liberadas, e seu corpo – ou talvez sua alma – estava livre para voar no céu.
Mas então ela escutou a Srta. Sophia gritando:
— Ainda não! Está acontecendo muito rápido!
A velha mulher tinha afastado a adaga do peito de Luce.
Luce piscou rapidamente. Seus pulsos estavam desamarrados. Seus tornozelos, livres. Haviam pequenos fragmentos de vidro tingido de azul, vermelho, verde e ouro em toda sua pele, o altar, o chão embaixo dela. Eles picaram enquanto ela os afastou, deixando finos rastros de sangue em seus braços. Ela apertou os olhos para o buraco enorme no teto.
Não estou morta, então, fui salva. Por anjos.
Justin tinha vindo por ela. Onde ele estava? Ela mal podia ver. Queria caminhar através da luz até que seus dedos pudessem encontrá-lo, fechar ao redor de seu pescoço, e nunca, nunca, nunca deixá-lo ir.
Só havia as vivas formas ofuscantes à deriva acima e ao redor do corpo de Luce, como uma sala cheia de penas brilhantes. Eles reuniram-se com ela, cuidando de seu corpo nos lugares em que o vidro quebrado a cortou. Flashes de luz transparente que pareciam de alguma forma lavar o sangue de seus braços e no pequeno corte em seu peito, até que estava completamente restaurada.
A Srta. Sophia correu até a parede mais afastada e estava batendo com as mãos desesperadamente contra os tijolos, tentando encontrar a porta secreta. Luce queria impedi-la – fazê-la pagar pelo que fez, e pelo o que quase tinha feito – mas então parte da cintilante luz prateada assumiu o tom mais leve de violeta e começou a formar o contorno de uma figura.
Um brilhante pulsar fez vibrar a sala. Uma luz tão gloriosa que podia ter eclipsado o sol fez com que as paredes tremessem e as velas piscassem nos candelabros de bronze. As assustadoras tapeçarias batiam contra a parede. A Srta. Sophia se encolheu, mas o resplendido estremecimento parecia como uma profunda mensagem, sentida bem no fundo dos ossos de Luce. E quando a luz se condensou, espalhando calor por toda a sala, converteu-se na forma que Luce reconhecia e adorava.
Justin parou diante dela, de frente ao altar. Ele estava sem camisa, descalço, vestido somente calças de linho branco. Ele sorriu, então fechou seus olhos e colocou seus braços para o lado. Então, lentamente e com muita cautela, como se não quisesse assustá-la, exalou profundamente e suas asas começaram a alongar-se.
Saindo gradualmente, começando da base de seus ombros, dois ramos brancos estendendo-se de suas costas, crescendo mais e mais, tornando-se maiores e mais grossos enquanto espalhavam por suas costas acima e para fora. Luce viu as bordas recortadas, ansiando segui-las com suas mãos, suas bochechas, seus lábios. A parte interior das asas dele começou a brilhar com iridescência de veludo. Assim como em seu sonho. Só que agora, quando finalmente voltou a realidade, ela podia olhar suas asas pela primeira vez sem sentir-se enjoada, sem forçar os olhos. Ela podia deleitar-se com toda a glória de Justin.
Ele ainda estava brilhando, como se tivesse uma luz dentro dele. Luce ainda podia ver claramente seus olhos cor de mel e sua boca. Suas mãos fortes e ombros largos. Ela podia aproximar-se e enrolar-se na luz do amor.
Ele se aproximou dela. Luce fechou os olhos quando o tocou, esperando algo muito sobrenatural para que seu corpo humano pudesse suportar. Mas não. Era o simplesmente, tranquilizantemente, Justin.
Ela o contornou e passou seus dedos em volta das asas dele. As procurou nervosamente,como se pudessem queimá-la, mas elas fluíram em seus dedos, mais suaves que o mais suave veludo, a mais macia almofada. Da forma como ela gostava de imaginar que uma suave e sedosa nuvem pareceria se ela pudesse tê-la entre suas mãos.
— Você é tão... lindo — ela sussurrou em seu peito. — Digo, sempre foi lindo, mas isto...
— Isso te assusta?— ele sussurrou. — Dói olhá-las?
Ela balançou a cabeça.
— Pensei que poderia — ela respondeu, pensando sobre seus sonhos. — Mas não dói.
Ele suspirou aliviado.
— Quero que se sinta segura comigo— a luz brilhante ao redor deles caiu como confete, e Justin a puxou para ele. — É muito com o que lidar.
Ela inclinou sua cabeça para trás e deixou os lábios entreabertos, ansiosa para fazer exatamente isso. A batida forte de uma porta os interrompeu. A Srta. Sophia tinha encontrado as escadas. Justin deu um ligeiro aceno e uma figura resplandecente disparou através da porta secreta, atrás da mulher.
— O que foi isso? — Luce perguntou, olhando o rastro de luz rapidamente desvanecendo-se através da porta aberta.
— Um ajudante — Justin guiou seu queixo de volta.
E então, mesmo Justin estando com ela e Luce se sentia amada, protegida e segura, ela também sentiu uma pontada ácida de incerteza, recordando as coisas escuras que tinham acontecido, e Cam e seu enorme ajudante negro. Ainda havia muitas perguntas sem respostas atravessando sua mente, tantos acontecimentos terríveis que ela sentia que nunca seria capaz de entender. Como a morte de Penn, pobre, doce e inocente Penn, o quase violento final. Isso assustou Luce, e seu lábio começou a tremer.
— Penn se foi, Justin— ela contou. — A Srta. Sophia a matou. E por um momento, pensei que também me mataria.
— Jamais deixaria isso acontecer.
— Como sabia que me encontraria aqui? Como sabe sempre como me salvar?— ela balançou a cabeça. — Oh por Deus— ela sussurrou lentamente enquanto a verdade a golpeava.— Você é meu anjo da guarda.
Justin deu uma risada.
— Não exatamente. Embora acredite que você esteja me elogiando.
Luce corou.
— Então, que tipo de anjo você é?
— Estou fazendo uns bicos neste momento.
Atrás dele, as luzes prateadas na sala uniram-se e se dividiram ao meio. Luce virou para vê-la, seu coração batendo fortemente, enquanto o brilho finalmente se juntou, enquanto envolvia a figura de Justin, envolvia duas formas distintas: Ariane e Gabbe.
As asas de Gabbe já estavam estendidas. Elas eram longas, felpudas e três vezes o tamanho de seu corpo. Coberta de plumas, com bordas suavemente onduladas, da maneira como as asas dos anjos pareciam nos cartões de felicitações e nos filmes, com apenas um toque de rosa-pálido em torno das pontas. Luce percebeu que estavam batendo-se ligeiramente – e que os pés de Gabbe estavam a poucos centímetros do chão.
As asas de Ariane eram mais suaves, mais elegantes e com bordas mais pronunciadas, quase como uma borboleta gigante. Parcialmente translúcidas, elas brilhavam e emitiam prismas ofuscantes de luz no chão de pedra debaixo delas. Como Ariane, elas eram estranhas, sedutoras e totalmente agressivas.
— Deveria ter sabido— Luce disse, um sorriso arrebatador em seu rosto.
Gabbe sorriu de volta, e Ariane fez uma pequena reverência.
— O que está acontecendo lá fora? — Justin perguntou, registrando a expressão de preocupação no rosto de Gabbe.
— Precisamos tirar Luce daqui.
A batalha. Ainda não tinha terminado? Se Justin, Gabbe e Ariane estavam aqui, eles deveriam ter ganhado... certo? Os olhos de Luce deram uma olhada rápida para Justin. A expressão dele não revelou nada.
— E alguém deve ir atrás de Sophia — Ariane falou. — Ela não poderia ter trabalhado sozinha.
Luce tragou saliva.
— Ela está do lado de Cam? É um tipo de... demônio? Um anjo caído?
Era um dos poucos termos que grudou nela da aula da Srta. Sophia.
Os dentes de Justin estavam pressionados. Inclusive suas asas pareciam rígidas pela fúria.
— Não um demônio — ele murmurou— mas dificilmente um anjo também. Nós pensamos que ela estava conosco. Nunca deveríamos ter permitido que ela se aproximasse tanto.
— Ela era um dos vinte e quatro anciãos — Gabbe acrescentou. Ela baixou os pés no chão e enfiou suas asas rosa-pálido atrás de suas costas para que ela pudesse sentar-se no altar. — Uma posição muito respeitável. Ela manteve esta parte dela muito bem escondida.
— Assim que chegamos aqui, foi como se ela simplesmente tivesse ficado louca — Luce contou.
Esfregou o pescoço onde a adaga tinha cortado.
— Eles estão loucos— Gabbe disse. — Mas muito ambiciosos. Ela é parte de uma seita secreta. Deveria ter percebido antes, mas os sinais são claros agora. Se auto intitulam Os Zhsmaelim. Se vestem iguais, e todos têm uma certa... elegância. Sempre pensei que eles eram mais um show que outra coisa. Ninguém os levou a sério no Céu— ela informou a Luce — mas agora levaram. O que ela fez esta noite merece o exílio. Ela poderia ter feito com Cam e Molly mais do que um acordo.
— Luce, todos somos anjos caídos— Justin explicou. — É só que alguns de nós estamos de um lado... e alguns estão de outro.
— Alguém daqui — ela tragou — é do outro lado?
— Roland— Gabbe disse.
— Roland? — Luce estava perplexa. — Mas vocês eram amigos dele. Sempre tão carismático e legal.
Justin só deu de ombros. Era Ariane quem olhava preocupada. Suas asas batiam tristemente, muito agitada e enviou rajadas de vento.
— Bem o teremos de volta algum dia — ela disse silenciosamente.
— E quanto a Penn? — Luce perguntou, sentindo um nó de lágrimas na parte de trás de sua garganta.
Mas Justin balançando sua cabeça, apertando a mão dela.
— Penn era uma mortal. Uma inocente vítima de uma longa Guerra sem sentido. Sinto muito, Luce.
— Então toda essa luta lá fora...?
A voz de Luce estava embargada. Ela ainda não podia falar de Penn.
— Só uma das muitas batalhas que travamos contra os demônios— Gabbe disse.
— Bem, quem ganhou?
— Ninguém— Justin respondeu amargamente.
Ele pegou um longo pedaço de vidro caído do teto e o arremessou através da capela. Quebrou-se em centenas de pequenos fragmentos, mas não parecia que tivesse aliviado sua raiva.
— Ninguém ganha. É quase impossível para um anjo extinguir outro. É só um monte de surras até que todo mundo se canse e deixe para outra noite.
Luce se assustou quando uma estranha imagem apareceu em sua cabeça. Era Justin sendo atingido diretamente no ombro por um das longas e negras pontas que tinham atingido Penn. Ela abriu os olhos e olhou para o ombro direito dele. Havia sangue em seu peito.
— Está ferido?— ela sussurrou.
— Não.
— Ele não pode ser ferido, ele é...
— O que é isso em seu braço, Justin?—Ariane perguntou, apontando o peito dele. — Isso é sangue?
— É da Penn— Daniel disse bruscamente. — Eu a encontrei ao pé da escada.
O coração de Luce apertou-se.
— Precisamos enterrá-la. Ao lado de seu pai.
— Luce, querida— Gabbe disse, levantando-se. — Queria que houvesse tempo para isso, mas agora nós temos mesmo que ir.
— Não a abandonarei. Ela não tem mais ninguém.
— Luce — Justin falou, esfregando a testa.
— Ela morreu em meus braços, Justin, porque não sabia que havia algo melhor do que seguir a Srta. Sophia até esta câmara de tortura — Luce olhou para todos os três. — Porque nenhum de vocês me disse nada.
— Ok — Justin disse. — Faremos as coisas direito para Penn, o melhor que pudermos. Mas depois temos que ir para longe daqui.
Uma rajada de vento se infiltrou pelo buraco no teto, fazendo com que as velas piscassem e que os pedaços restantes de vidro na janela vermelha se balançassem. No momento seguinte, caiu uma chuva de estilhaços cortantes.
Justo a tempo, Gabbe voou do altar e parou ao lado de Luce. Ela parecia imperturbável.
— Justin tem razão. A trégua que fizemos após a batalha aplica-se só aos anjos. E agora que muitos sabem sobre... — ela pausou, limpando sua garganta... — um, a mudança em seu status de mortalidade, há muitos maus elementos que estarão interessados em você.
As asas de Ariane a levantaram do chão.
— E muitos dos bons virão afastá-los— ela disse, voando em direção ao outro lado de Luce como se isso a tranquilizasse.
— Ainda não entendo— Luce falou. — Por que isso importa tanto? Por que eu importo tanto? É só porque Justin me ama?
Justin suspirou.
— Isso faz parte disso, tão inocente como soa.
— Você sabe que todos amam odiar um casal de pombinhos apaixonados — Ariane respondeu.
— Querida, esta é uma longa história — Gabbe respondeu, a voz da razão. — Nós só podemos te dar um capítulo de cada vez.
— É como as minhas asas— Justin acrescentou— você terá que descobrir por sua conta.
— Mas por quê?
Esta conversa era tão frustrante. Ela se sentiu como uma garotinha, só lhe contariam as coisas quando fosse mais velha.
— Por que você não pode me ajudar a entender?
— Podemos ajudar — Ariane respondeu — mas não podemos descarregar tudo em você de uma só vez. Assim como quando se supõe que nunca se deve acordar um sonâmbulo. É muito perigoso.
Luce colocou seus braços ao redor dela.
— Me mataria— ela disse, expressando as palavras que todos eles evitavam.
Justin colocou suas mãos ao redor dela.
— Isso aconteceu antes. E você já teve muito encontros com a morte por uma noite.
— E o quê? Agora só tenho que deixar a escola? —ela virou para Justin.— Aonde você vai me levar?
Sua sobrancelha se levantou, e afastou o olhar dela.
— Não posso levá-la pra lugar nenhum. Chamaria muita atenção. Teremos que contar com mais alguém. Há um mortal no qual podemos confiar.
Ele olhou para Ariane.
— Irei trazê-lo.
Ariane se levantou.
— Não deixarei você— Luce disse a Justin. Seus lábios tremendo. — Acabo de ter você de volta.
Justin beijou sua testa, emitindo um calor que passava através do corpo dela.
— Luce, nós ainda temos algum tempo.

Continua...