segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

✝Warrior✝"Capítulo 06"

Warrior


Casa da Mel, Los Angeles                        5:00 p.m (domingo)

Melanie Jones Narrando:

3 semanas depois...

O tempo passou voando nesses últimos dias, parece que foi ontem que eu aceitei ser namorada fake de Justin Bieber. Á uma semana atrás, nós dois lançamos a música que eu tinha escrito, é no mesmo dia ficou em primeiro lugar no iTunes em vários países, L.A tinha dado a ideia de fazermos um vídeo cantando ela acústica, e quando nós fizemos, nossa ai que as pessoas começaram a dizer que tinha alguma coisa rolando entre nós, com toda a certeza. Charlize disse que tínhamos que olhar um pro outro nesse vídeo acústico com paixão, aquele olhar cheio de amor e luxuria, é foi isso que fizemos. Eu foi convidada pra cantar no Oscar 2015, Justin também foi, mas não vai cantar, e a Charlize não perdeu a oportunidade tendo a ideia de levar o Justin junto comigo, pra ser meu par na premiação, além disso, ela planejou tudo para que nosso primeiro beijo saia hoje. Tivemos que aceitar, mesmo sendo uma coisa constrangedor, porque o Justin virou meu melhor amigo e vai ser um pouco estranho beijar ele ou não, quem sabe. O plano ia ser o seguinte: Justin e eu íamos ficar a premiação toda junto, no final, na festa que tem depois da premiação, íamos dançar juntos e depois nós beijarmos, um dos paparazzis que é amigo da Charlize vai está disfarçado na festa e era tirar a foto bem na hora que estivermos nos beijando. Foi até que um bom plano. 

Neste momento, estava terminando de ensaiar uma das minhas novas músicas que vou cantar está noite, claro que estou nervosa, eu vou cantar no Oscar 2015, sim, eu já cantei outras vezes, mas sempre tem o merda do frio na barriga. Estava indo pro meu camarim, ia tomar um banho e depois iam me arrumar pro tapete vermelho, Justin me ligou avisando que já estava chegando. Tomei um banho um pouco rápido, precisava me arrumar logo, porque a premiação ia começar ás seis horas, foi me sentando em frente ao espelho de roupão e toalha na cabeça, Angelina que era minha cabeleireira e trabalhava na minha equipe, tirou a toalha da minha cabeça e começou a fazer o meu cabelo, enquanto isso, Sue minha estilista e trabalha na equipe também estava me mostrando os vestidos. Eu tinha que escolher três vestidos, um para o tapete vermelho, outro para minha performance e outro para a festa do Oscar. Meu cabelo, minhas unhas e minha maquiagem já estavam prontas, só faltava a roupa e o sapato. Peguei o vestido com cuidado, ele era impecável, era de um azul escuro, era longo, rodado só na parte de baixo e tomara-que-caia. Coloquei ele com cuidada, depois coloquei o sapato e estava prontinha...



Me olhei no espelho ajeitando meu cabelo, até alguém bater na porta, Steve meu maquiador abriu a porta relevando um Justin perfeitamente perfeito com um termo com as mangas dobradas e o cabelo meio castanho. Serio que ele pintou de novo?!

Eu: Menino, você não cansa de pintar essa cabelo não?! Tá parecendo a Demi de tanto que fica pintando o cabelo._ falei rindo e voltando a me olhar no espelho, ajeitando meu vestido agora.

Justin: Meu deus, você está incrível._ falou com os olhos brilhando.

Eu: Ei, você está incrível também, deveria usar mais terno e gravata._ falei sorrindo pra ele.


Assim que o Justin ia falar, Charlize entrou com um vestido azul que ia até o joelho, se ela não fosse tão megera, eu falaria que ela estava perfeita. Ela tava com a Helena também, que estava linda...

Charlize: Estão prontos?_ disse me olhando de cima a baixo e fazendo o mesmo com o Justin.

Eu: Como você pode ver, sim, estamos prontos._ disse irônica._ Helena você está perfeita, sabe se as meninas vão vim?

Helena: Obrigada querida, você está deslumbra-te também._ falou sorrindo._ Sim, a Diana e a Rebeca vão vim para a festa.

Eu: Que bom, estou com saudades delas._ falei sorrindo.


Charlize: Bem, voltando ao que importa._ falou me fazendo revirar os olhos._ Justin você vai chegar primeiro, vai dar suas imprevistas normais e tudo mais, a mesma coisa pra você Melanie, se perguntarem se vocês estão juntos, disfarcem, diz que são só amigos, inventa qualquer coisa, mas não fala ainda. Okay?!

Eu: Tudo bem._ falei caminhando até eles.

Justin: Vamos lá._ falou abrindo a porta e piscando pra mim.


Charlize: O carro de vocês já estão lá fora.

O local onde eu estava era ao lado do local da premiação, mesmo que podíamos ir andando, todos os famosos tinha que chegar de carro e tudo mais. Me despedi do Justin com um até logo e entrei junto com a Helena na limousine que estava parada me esperando, já Justin, ia chegar com seu carro de oncinha, que sempre que eu via ele me dava vontade de rir. Cara, esse carro é muito gay, sempre falei isso pra ele, mas ele ficava com raiva e falava que era carro de macho. Okay, né. O carro nem andou direito e já tinha chegado, Helena desceu primeiro, dizendo que se encontrava comigo lá dentro. Uma moça que trabalha no evento me ajudou a descer do carro e a ajeitar meu vestido, agradeci a ela e comecei a caminhar pelo tapete vermelho com ela do meu lado. Nas premiações, sempre tem um pessoa que fica no seu lado pra você não ficar perdida e tudo mais, ela levava a gente de reporte a reporte e depois caminhava a gente até nosso lugar na premiação, então nessa não seria diferente. De longe, pude ver o Justin dando entrevista e rindo com alguma coisa qualquer, comecei a entrevista com os reportes, alguns falavam do meu álbum novo, o que eu estava planejam com ele, se vai ser turnê e se eu estava namorando o Justin, claro que eles iam pergunta isso. Depois de um tempo, a moça que estava comigo me conduziu até o local onde ia me sentar, Justin já estava lá me esperando...

Justin: Ei, muito nervosa?_ perguntou perto demais do meu ouvido que fazendo arrepiar mais que o normal.

Eu: Sempre ficamos, não é?


Justin: Sempre._ disse dando uma piscadela.

Aos poucos, já estavam todos em seus lugares e a premiação começou. Sempre era meio estranho, porque nas premiações de musicas, conhecemos todos e tudo mais, aqui como é premiação de filmes, atores e todo o resto, era meio estranha porque eu conhecia só algumas pessoas apenas de vista. Além de Justin e eu, estava também a Rita Ora, que falou conosco, até agora só vi ela do mundo da música...


[...]

No fim, deu tudo certo, minha performance foi de cair todos os queixos, conheci alguns atores maravilhosos e eles foram super simpáticos comigo e com o Justin. Eu e Justin trocado de roupa, e estávamos na festa, o local estava bem chique, era tudo muito bonito. Estava quase na hora do nosso beijo, e a Charlize estava nos olhando de longe só esperando a cena, me afastei de Justin um pouco, para ir buscar as meninas na entrada. Assim que sai, os flashes vinham na minha cara, sorrir um pouco e vi as meninas descendo do táxis, abracei elas e mais flashes na nossa cara. Puxei elas pra dentro e fomos até o Justin...

Eu: Meninas, esse aqui é o Justin Bieber, pelo que vocês estão vendo._ falei rindo._ Justin, essas aqui são minhas amigas, Diana e Rebeca.

Justin: Prazer meninas._ falou com seu sorriso encantador.


Rebeca: Prazer docinho._ falou sorrindo.

Diana: Prazer Justin._ falou revirando os olhos pra Rebeca.

Elas sabiam que eu e o Justin tinham um namoro fake, que ia ser anunciada daqui a alguns minutos, só estamos esperando a música certa...

Eu: Ei, vou ao banheiro._ falei com eles.

Rebeca: Vamos também._ falou puxando a Diana e fomos ao banheiro.

Chegamos no banheiro, só tinha algumas mulheres, mas logo elas saíram, me deixando sozinha com as meninas...

Rebeca: Então, pronta pra beijar o Deus Grego?!_ perguntou se olhando no espelho e rindo junto com a Diana.

Diana: Ele é tão lindo pessoalmente, Mel você é a pessoa mais sortuda do mundo._ disse batendo palmas de alegria.

Eu: É mais isso não passa de um contrato, então não existe sentimentos nisso._ falei dando de ombro.

Rebeca: Sim, mas você vai beijar ele, pelo menos tira uma casquinha._ falou ela sorrindo.

Eu: Vamos voltar logo, deixamos o coitado do Justin sozinho._ falei rindo.


Saímos do banheiro, Justin estava conversando com um pessoa qualquer e entramos na conversa, começando um papo legal. Começou a tocar Thinking Out Loud do Ed Sheraan, eu amava aquela música, vai ser essa mesmo. Olhei pro lado e Charlize estava me encarando lá no fundão, ela acenou com a cabeça confirmando meus pensamentos, olhei pro Justin e ele estava olhando na mesma direção que eu, depois veio na minha direção pegando na minha mão, avisando aos outros que íamos dançar. Encanto ele me arrastava com delicadeza até a pista de dança, aquela merda do frio na barriga, começou a aparacer. Droga, porque eu estava assim?! Começamos a dançar, o silencio que estava entre a gente era muito constrangedor e isso me dava nos nervos...

Justin: Tudo bem, vamos fazer isso logo._ falou ele olhando em volta. Algumas pessoas já olhavam pra gente e de longe podia ver o tal cara que a Charlize contratou com um celular da mão, pronto pra tirar as fotos.

Eu: Okay._ falei suspirando e olhando pra ele.

Ficamos alguns minutos se encarando, eu nunca percebi o quanto os olhos dele eram lindos, são tão brilhantes. Justin subiu sua mão que estava na minha cintura e a colocou no meu rosto, ele começou a fazer um carinho ali e foi se aproximando, eu apenas ficava olhando pra sua boca, aos poucos, nossos lábios se encostaram e Justin pediu passagem com a língua. Tudo foi em câmera lenta, parecia que só tinha nos dois ali naquele lugar e o beijo dele era o melhor de todos...


Deus, ele era bom, sua língua explorava todos os cantos da minha boca, coloquei minha mão em seu cabelo e aprofundei o beijo, Justin apertou minha cintura e escutei um gemido saindo da sua garganta. Droga, eu estou pegando fogo por dentro. Até que eu escutei alguém fazendo um barulho na garganta, fazendo nós dois se afastarmos na hora...

Diana: Ei, vocês dois. Charlize mandou vocês pararem de se comer aqui, falou que era só um beijinho e não foder a boca um do outro._ falou rindo da minha cara de vergonha.

Eu: Cala a boca._ preciso de um buraco pra me esconder urgentemente.

Olhei em volta, o povo estava olhando pra gente meio que chocados, olhei pro Justin e a boca dele estava toda usa de batom. Soltei uma gargalhada e ele me olhou curioso, cheguei perto dele e limpei sua boca, no fim ele mordeu o lábio e me olhou com cara de safado...

Justin: Você beija bem, até demais._ falou sorrindo malicioso.


Eu: Você também não é nada mal._ falei dando de ombro, fazendo ele rir.

Diana: Okay, chega vocês dois._ falou ficando no nosso meio e arrastando a gente até a Rebeca que estava junto com a Helena e a Charlize.

Rebeca: Que isso hein._ disse rindo._ Falei pra você tirar uma casquinha, mas você comeu ele literalmente.

Eu podia jurar que estava vermelha igual um pimentão, escutei a risada do Justin, e isso me faz ficar com mais vergonha ainda...

Eu: Posso ir pra casa agora?_ perguntei olhando pra Charlize que conversava com o carinha que tirou nossas fotos.

Charlize: Faz o que você quiser._ disse fria comigo. Vaca.

Eu: Bem, vou indo._ falei sorrindo pros outros.


Justin: Eu vou contigo._ disse chegando mais perto.

Eu: Okay._ falei sorrindo pra ele._ Bem, foi bom ver vocês meninas, depois vocês passam lá em casa pra gente fazer alguma coisa divertida. Tchau Helena._ dei um abraço nas meninas e um beijo na bochecha da Helena, ignorando a Charlize.


Depois que Justin se despediu delas, começamos a andar até a porta dos fundos, onde se encontrava o carro tão chamativo do Justin. Não ia adiantar nada a gente sair pelos fundos, se com aquele carro dele de longe alguém sabe que é o Justin. Assim que saímos, o motorista que trouxe o Justin, entregou a ele sua chave e o mesmo abriu a porta pra mim, assim que entramos Justin deu a partida e assim que chegamos na esquina os paparazzis começaram a tirar foto nossa, deu apenas um sorrisinho pra eles e tentei ignorar o máximo, enquanto o Justin respirava fundo algumas vezes pra controlar a raiva...

[...]

Eu: Tá aquilo foi até engraçado._ falei rindo lembrando do tombo que um dos paparazzis deu tentando correr atrás do carro.

Justin: Foi hilario._ falou rindo junto comigo e parando o carro em frente a minha casa.

Eu: Obrigada pela carona._ falei sorrindo pra ele e tirando o cinto de segurança.

Justin: Sem problemas._ falou sorrindo, e ficamos em silencio por alguns minutos.

Eu: Okay, o clima tá entranho._ falei rindo junto com ele e me inclinei pra lhe dar um beijo na bochecha._ Até depois, Justin.


Justin: Até._ abriu um sorriso encantador.

Desci do carro, foi tirando meu sapato pelo caminho e escutei a risada do Justin dentro do carro, revirei os olhos pra ele e entrei em casa. Tudo estava escuro dentro de casa, então minha mãe já tinha ido dormir, foi até a cozinha, deixei minha bolsa com meus sapatos em cima da bancada e peguei um copo de água me apoiando no balcão. Bem, vamos pensar sobre o beijo. Na verdade, foi "O" beijo mesmo, nossa ele pensa tão bem, é incrível isso, ele tem gosto de menta e ele tem uma pegada que puta que pariu. Deus, acho que foi o melhor beijo da minha vida. Fiquei rindo sozinha com meus pensamentos, no fim peguei minhas coisas e foi pro meu quarto na ponta do pé, entrei fechando a porta com cuidado, deixei minha bolsa junto com meus sapatos em cima do sofá, tomei um banho rápido e troquei de roupa me jogando na cama logo em seguida. Meus pés estavam latejando por causa do sapato e minha cabeça começando a doer, coloquei o travessei na minha cara e tentei ignorar o máximo aquela dor.

Continua...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Fallen: Finalizada ✔


"As sombras rodopiavam diretamente acima dos dois. Tão perto que ele poderia tê-las tocado. Tão perto que o fez considerar se ela podia ouvir o que estavam sussurrando. Ele observou enquanto seu rosto se obscurecia. Por um momento, viu um brilho de reconhecimento crescendo nos olhos dela. E então não havia mais nada, absolutamente nada." (Fallen)

Capítulos (Primeira Temporada):


Fallen: Capitulo Extra "Epílogo- Duas grandes luzes"


Durante toda noite, ele a olhava dormir irregularmente na cama estreita de lona. Uma única lanterna pendurada em uma das baixas vigas de madeira iluminava sua silhueta.
Seu brilho suave ressaltava o cabelo preto lustroso dela espalhado no travesseiro, suas bochechas macias e rosadas do banho.
Toda vez que o mar ressoava contra a desolada praia lá fora ela se virava para um lado. Sua regata abraçava seu corpo de modo que quando o fino cobertor se enrolava em cima dela, ele podia notar aquela pequena covinha marcando seu suave ombro esquerdo. Ele havia beijado tantas vezes antes.
Por turnos ela suspirou em seu sono, então respirava de forma uniforme, em seguida, gemeu de algum lugar profundo dentro de um sonho. Mas se era de prazer ou dor, ele não conseguia dizer. Duas vezes, ela chamou seu nome.
Justin queria voar até ela. Deixar seu poleiro em cima das velhas caixas de areia no alto da viga da cabana à beira-mar. Mas ela não podia saber que ele estava lá. Ela não podia saber que ele estava em qualquer lugar perto. Ou o que os próximos dias trariam a ela.
Atrás dele, na janela manchada pela maresia, ele teve uma visão rápida de uma sombra passando pelo canto do seu olho. Então teve uma leve batida no vidro da janela. Retirando seus olhos do corpo dela, ele moveu em direção à janela, retirando a tranca. Uma tormenta caía do lado de fora, se reunindo com o mar. Uma nuvem negra escondia a lua e não mostrava nenhuma luz no rosto do visitante.
— Posso entrar? — Cam estava atrasado.
Apesar de Cam possuir o poder para simplesmente aparecer do nada ao lado de Justin, Justin empurrou mais a janela para permitir que ele entrasse por ela. Tanta coisa era simbólica nos dias de hoje. Era importante para os dois deixar claro que Justin havia dado sua permissão para que Cam entrasse.
O rosto de Cam ainda projetava uma sombra, mas ele não mostrava nenhum sinal de ter viajado milhares de quilômetros na chuva. Seu cabelo escuro e sua pele estavam secos. Suas asas áuricas, compactas e sólidas agora, eram a única coisa que brilhava. Como se elas fossem feitas de ouro vinte e quatro quilates. Apesar de ele ter colocado-a ordenadamente atrás dele, quando ele sentou ao lado de Justin na escorregadia caixa de madeira, as asas de Cam gravitaram em direção às asas cinza iridescentes de Justin. Era o estado natural das coisas, uma inexplicável confiança. Justin não podia se afastar sem abrir mão da livre visão de Luce.
— Ela é tão adorável quando dorme — Cam falou suavemente.
— É por isso que você queria que ela dormisse por toda a eternidade?
— Eu? Nunca. E eu teria matado Sophia pelo que ela tentou, e não deixá-la correr livre na noite como você fez.
Cam se inclinou para frente, descansando os cotovelos no parapeito do loft. Abaixo, Luce estreitava as cobertas ao redor do seu pescoço.
— Eu só quero ela. Você sabe por quê.
— Então eu tenho pena de você. Vai acabar desapontado.
Cam segurou os olhos de Justin e esfregou sua mandíbula, rindo cruelmente.
— Oh, Justin, sua visão limitada me surpreende. Você não a tem ainda— ele roubou outra longa olhada para Luce. — Ela pode pensar que você tem. Mas nós dois sabemos o quão pouco ela entende.
As asas de Justin se encolheram contra seus ombros, mas as pontas estavam tentando ir para frente. Para mais perto de Cam. Ele não podia parar.
— A trégua dura dezoito dias — Cam falou. — Apesar de eu ter a sensação de que possamos precisar um do outro antes disso.
Então ele ficou de pé, empurrando a caixa preta com seu pé. A raspagem pelo telhado acima de sua cabeça fez os olhos de Luce se abrirem, mas ambos os anjos se abaixaram entre as sombras antes que o olhar dela pudesse se focar em qualquer lugar.
Eles se olharam, os dois ainda cansados da batalha, os dois sabendo que era uma mera amostra do que estava por vir.
Lentamente, Cam estendeu sua pálida mão direita. Justin estendeu a sua.
E enquanto Luce sonhava abaixo do mais glorioso abrir de asas – do tipo que ela nunca havia visto antes – dois anjos nas vigas apertaram as mãos.

"Eu não sei se vou fazer a segunda temporada, sim, eu falei que ia fazer e tal, mas eu terminei de ler o último livro da saga Fallen e o final não foi o que eu esperava, não vou contar á vocês, mas se eu mudar de ideia e querer fazer a Segunda Temporada, eu aviso a vocês :) 
By: Autora Mylena. "

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Fallen: Capítulo 20 "Aurora"- Último


Era o início do último dia em que Luce veria a Sword&Cross por... Bem, ela não sabia quanto tempo.
Um pombo arrulhando voou pelo céu enquanto atravessava o ginásio repleto de kudzus. Pouco a pouco, ela foi ao cemitério, mãos dadas com Justin. Ficaram em silêncio enquanto caminhavam.
Pouco antes de saírem da capela, um de cada vez, os outros tinham escondido suas asas. Foi um processo trabalhoso e sóbrio que os deixou dormente, uma vez que eles estavam de volta à forma humana. Vendo a transformação, Luce não conseguia acreditar como amassa de asas brilhantes pudesse voltar tão pequena e fraca e, finalmente, desaparecer na pele dos anjos.
Quando acabou, ela passou a mão nas costas nuas de Justin. Pela primeira vez, parecia modesta e sensível ao toque. Sua pele era lisa e sem mácula como um bebê. Observando bem, Luce ainda podia ver a luz prateada manifestada nelas, brilhando em todas as direções.
No final, tinham recolhido o corpo de Penn da íngreme escadaria de pedra da capela, o altar tinha sido limpo do vidro, e colocaram o seu corpo lá. Não havia nenhuma maneira que pudessem enterrá-la esta manhã – e não através do cemitério cheio de assassinos, tais como Justin prometeu ser.
Foi angustiante para Luce aceitar que teria que se contentar com algumas palavras sussurradas para a amiga dentro da capela. Tudo o que ela poderia pensar em dizer foi:
— Você está com o seu pai agora. Eu sei que ele está feliz em ter você de volta.
Justin ia enterrar Penn devidamente logo que a escola estivesse calma – e Luce iria mostrar-lhe onde era o túmulo do pai de Penn para ela ser enterrada ao seu lado. Era o mínimo que podia fazer.
Seu coração estava pesado. Sua calça jeans e blusa estavam amarrotadas e sujas. As unhas precisavam de um bom corte, e ela ficou feliz que não houvesse espelhos para que pudesse ver como seu cabelo estava. Queria muito voltar no tempo e encontrar Penn, mais do que qualquer coisa. O clímax da emoção de ter descoberto a verdadeira identidade de Justin. O momento em que ele apareceu diante dela em toda sua glória. Quando testemunhou o crescimento das asas de Ariane e Gabbe. Ela o amava tanto.
Tanto que isto foi uma destruição total.
Ela podia sentir a atmosfera, como uma epidemia. Podia ser lida nos rostos de muitos estudantes que estavam no pátio. Era cedo demais para qualquer um deles estar acordado por sua própria vontade, o que significava que todos tinham ouvido, visto ou sentido algo da batalha que teve lugar na noite. O que eles sabem? Alguém sequer procurou por Penn? Ou por Senhorita Sophia? O que qualquer um deles poderia saber sobre o que realmente aconteceu? Todo mundo foi acompanhando e conversando no silêncio sussurrante. Luce queria ficar perto deles e ouvir.
— Não se preocupe — Justin apertou-lhe a mão. — Só pareça estar confusa. Ninguém saberá de nós.
Apesar de Luce ser totalmente visível, ele estava certo. Nenhum dos olhos dos outros estudantes foram detidos mais do que em outros.
Nos portões do cemitério, as luzes azuis e brancas que piscavam, refletindo as folhas dos carvalhos. A entrada era marcada com uma fita amarela de perigo. Luce viu a silhueta negra de Randy contra o nascer do sol na frente deles. A inspetora foi até a entrada do cemitério, gritando em um telefone.
— Eu acho que você deveria acordá-lo— gritou no dispositivo. — Houve um incidente na escola. Eu continuo dizendo... Eu não sei.
— Devo avisá-la — disse Justin, quando ele tirou sua atenção de Randy e das luzes de carros de polícia através da floresta de carvalhos. — Isso pode parecer estranho. O estilo de luta de Cam é mais sujo do que o nosso. Há sangue, é apenas... diferente.
Luce não pensou muito o quanto alarmante seria desta vez. Algumas estátuas foram derrubadas. Eles fizeram o seu caminho através da floresta, ouvindo as folhas caídas esmagadas sob os pés. Luce pensou na noite anterior, as mesmas árvores tinham sido consumidas pelo cintilar sombras. Não havia nenhum sinal delas agora.
Logo, Justin fez um gesto na direção de um segmento meio torto da grade de ferroem torno do cemitério.
— Nós podemos ir lá sem ser vistos. Mas você tem que ser rápida nisso.
Saindo da sombra das árvores, Luce gradualmente entendeu o que Justin queria dizer sobre o cemitério ser diferente. Ficaram no limite, não muito longe do túmulo do pai de Penn no canto leste, mas era impossível ver além de alguns metros à frente deles. O ar acima do solo era tão escuro que não poderia mesmo ser descrito como o ar. Era grosso, cinza, arenoso. Luce teve que mover as mãos com ele só para ver o que estava na frente de seu rosto.
Ele esfregou os dedos.
— O que é isso?
— Poeira — Justin respondeu, tomando-lhe a mão enquanto caminhavam, ele podia ver através disto. Ele não estava engasgando ou tossindo como Luce. — Na guerra, os anjos não morrem. No entanto, suas batalhas deixam esta camada espessa de poeira em seu rastro.
— O que acontece com isso?
— Não muito, além do fato de que confunde os mortais. Devem abaixar ao longo do tempo, e depois irão estudá-la. Existe um cientista louco, em Pasadena, que pensa que isto vem de extraterrestres.
Luce pensou, com arrepios, nas misteriosas nuvens negras de insetos. Esse cientista podia até não estar muito enganado afinal.
— O pai de Penn foi enterrado aqui — disse, apontando enquanto se aproximava do canto do cemitério.
Por mais sombria que a poeira fosse, ela estava aliviada que os túmulos, estátuas e árvores dentro do cemitério estivessem todos aparentemente intactos. Ela se ajoelhou e limpou a camada de poeira do túmulo que achava que pertencia ao pai de Penn. Seus dedos trêmulos varreram e limparam as palavras que quase a fizeram chorar.

STANFORD LOCKWOOD
O MELHOR PAI DO MUNDO

O espaço ao lado do túmulo do Sr. Lockwood estava vazio. Desolada, Luce se levantou e bateu o pé no chão, odiando que sua amiga fosse se juntar a ele ali. Odiando que ela nem pudesse estar presente para oferecer uma cerimônia adequada a Penn. 
As pessoas sempre falavam do céu quando alguém morria, de como tinham certeza de que os falecidos estavam lá. Luce nunca achara que conhecia as regras, e agora se sentia ainda menos qualificada para falar sobre o que podia ou não podia ser verdade.
Luce virou-se para Justin, com lágrimas nos olhos. Seu rosto desmoronou ao ver a tristeza dela. 
— Vou cuidar dela, Luce — ele falou. — Sei que não é como você gostaria, mas vamos fazer o melhor que pudermos.
As lágrimas vieram com mais força. Luce estava fungando e soluçando e querendo tanto Penn de volta que achou que iria desmaiar. 
— Não posso deixá-la, Justin. Como poderia?
Justin gentilmente secou suas lágrimas com as costas de sua mão.
— O que aconteceu com Penn foi terrível. Um grande erro. Mas, quando for embora hoje, não vai estar deixando-a — ele colocou uma das mãos sobre o coração de Luce. — Ela está com você.
— Mas eu não posso.
— Você pode, Luce— sua voz era firme. — Confie em mim. Você não tem ideia de quantas coisas impossíveis, fortes e capazes você é capaz de fazer.— Parecia que ele olhou para longe, fora das árvores. — Se não houver nada de bom deixou neste mundo, você vai saber em breve.
O único som da sirene de um carro de polícia chamou a atenção de ambos. A porta se abriu, e não muito longe de onde estavam, ouviram o ruído de botas sobre o cascalho.
— Que diabos, Ronnie, ligue para o escritório. Diga ao xerife como chegar aqui.
— Vamos lá— disse Justin, segurando a mão dela.
Ela agarrou-o, dando à lápide Senhor Lockwood um tapinha sombrio, em seguida, começou a se mover com Justin por volta dos túmulos perto do lado leste do cemitério
Eles chegaram à inclinação da parte do muro de ferro, então foram rapidamente de volta para o bosque de carvalhos.
Uma parede de ar frio atingiu Luce enquanto caminhavam. Nos ramos em frente deles, ela viu três pequenas sombras, penduradas de cabeça para baixo como morcegos.
— Depressa!— Justin falou.
De passagem, a sombra recuou, chiando, de alguma forma ela não se mexeu com Luce quando Justin estava ao seu lado.
— Agora, onde?— Luce perguntou a beira do bosque de carvalhos.
— Feche os olhos.
Ela fez, os braços de Justin ao redor de sua cintura, seu peito forte contra seus ombros. Ele foi se erguendo do chão. Meio metro, talvez, então mais alto, até as macias folhas das copas das árvores tocarem seus ombros, fazendo cócegas no pescoço dela, enquanto Justin a levou através deles. Foram ainda mais alto, até que ela se sentiu como se eles fossem libertados da floresta e em direção ao sol da manhã brilhante. Ela estava tentada a abrir os olhos – mas sentiu intuitivamente que seria demais.
Ela não tinha certeza se estava pronta. E, além disso, a sensação de ar puro no rosto e o vento correndo em seu cabelo era suficiente. Mais do que suficiente. Celestial. Como o sentimento que ela teve quando tinha sido resgatada da biblioteca, como uma onda no mar.
Agora sabia que tinha sido Justin por trás disso também.
— Você pode abrir os olhos— ele falou suavemente.
Luce sentiu o chão debaixo de seus pés e viu que era o único lugar que ela queria estar. Sob a árvore de magnólia perto do lago.
Justin abraçou.
— Eu quis trazê-la aqui, porque este é um lugar – um dos muitos lugares – onde eu realmente queria beijá-la nas últimas semanas. Eu quase perdi naquele dia em que você mergulhou direto na água.
Luce ficava na ponta dos pés, apoiando a cabeça para trás para beijar Justin. Ela queria beijá-lo aquele dia, também – e agora ele precisava de um beijo. O beijo foi único. Era bom, consolado, e lembrou-lhe uma razão para ficar, mesmo que Penn não tivesse conseguido. A pressão oferecida dos lábios acalmando-os como uma bebida quente no inverno, quando cada parte dela era tão fria. Cedo demais, ele se inclinou para trás, olhando com os olhos mais tristes.
— Há outra razão pela qual eu te trouxe aqui. Esta pedra é o caminho que teremos de tomar para passar a um lugar seguro.
Luce olhou para baixo.
— Oh.
— Isso não é adeus para sempre, Luce. Espero que não seja um adeus mesmo por muito tempo. Nós apenas temos que ver como as coisas evoluem... — ele alisou os cabelos dela.— Por favor não se preocupe. Vou vir sempre atrás de você. Não irei até você entender.
— Então, eu me recuso a entender — disse a ele.
Justin riu.
— Vê aquela luz ali?— Ele apontou para o lago, cerca de oitocentos metros de distância, onde havia uma pequena abertura na floresta, uma colina gramada.
Luce nunca a tinha visto antes, mas viu um pequeno avião branco com luzes vermelhas piscando em suas asas na distância.
— É para mim? — perguntou. Depois de tudo o que tinha acontecido, ver um avião não era surpresa. — Onde estou indo?
Ela não podia acreditar que ela estava saindo de um lugar que odiava, mas que teve muitas experiências intensas em apenas algumas semanas. O que seria da Sword&Cross?
— O que vai acontecer a este lugar? E o que vou dizer aos meus pais?
— Por enquanto, não se preocupe. Logo que você estiver segura, nós vamos lidar com tudo o que precisamos. O senhor Cole pode chamar seus pais.
— Senhor Cole?
— Ele está do nosso lado, Luce. Você pode confiar nele.
Mas ela tinha confiado na Senhorita Sophia. Ela não sabia nada do Sr. Cole. Pareceu-lhe como professor. E aquele bigode... sério que ela estava deixando Justin e deixar em um avião com seu professor de história? Sua cabeça ia explodir.
— Há uma estrada que segue a água — Justin continuou. — Podemos ir por lá. Ou — ele propôs — podemos nadar.
Segurando as mãos, estavam à beira da rocha vermelha. Deixaram seus sapatos na árvore de magnólia, mas desta vez, não haveria como voltar atrás. Luce não achou que fosse capaz de mergulhar no lago frio com seus jeans e regata, mas com Justin sorrindo ao seu lado, sentia que poderia fazer qualquer coisa.
Eles levantaram seus braços acima da cabeça e Justin contou até três. Seus pés deixaram o chão ao mesmo tempo, seus corpos em arco no ar, exatamente da mesma maneira, mas em vez de ir para baixo, como Luce esperava, Justin puxou superior, utilizando apenas dedos.
Eles estavam voando. Luce foi de mãos dadas com um anjo e estava voando. As copas das árvores pareciam se curvar a eles. Seu corpo estava mais leve que o ar. A lua do fim da madrugada ainda era visível acima da linha das árvores. Foi mais profundo, como se Justin e Luce fossem abalados pela maré. A água correu debaixo deles, prata e acolhedora.
— Você está pronta? — Justin perguntou.
— Eu estou pronta.
Luce e Justin caíram no profundo e frio lago. Eles passaram os dedos sobre a superfície em primeiro lugar, avistaram um cisne no lago. Luce engasgou com ele surgindo, então riu.
A mão de Justin agarrou suas costas, e ele disse-lhe para se juntar a ele na rocha. Ele puxou a si mesmo primeiro, e depois estendeu a mão e a levantou. O musgo fez um belo tapete macio para os dois se espalharem. A água encharcava suas roupas. Estavam encarando um ao outro, inclinando-se sobre os cotovelos. Justin colocou a mão no quadril de Luce.
— O Senhor Cole estará esperando quando alcançarmos o avião. Esta é nossa última chance de ficarmos sozinhos. Eu pensei que nós poderíamos fazer a nossa despedida real aqui. Eu vou dar-lhe alguma coisa — acrescentou, colocando a mão dentro do bolso e levando a medalha de prata que ele estava usando na escola. Ele apertou a corrente na palma de Luce que percebia que era um medalhão gravado com uma rosa em seu centro.
— Antes pertencia a você — ele revelou. — Há muito tempo.
Luce abriu o medalhão para encontrar uma pequena imagem, atrás de uma placa de vidro. Era uma foto dos dois, sem olhar para a câmera, olhando um para os olhos do outro e rindo. Luce com cabelo curto, como era agora, e Justin usava uma gravata borboleta.
— Quando foi tirada?— Ela perguntou, segurando a corrente. — Onde nós estamos?
— Eu vou te dizer na próxima vez que nos vermos.
Ele levantou a corrente sobre a sua cabeça e colocou em seu pescoço. Quando o medalhão tocou sua clavícula, ela podia sentir um calor profundo pulsar através dela, aquecendo sua pele fria e úmida.
— Eu te amo— ele sussurrou, tocando a corrente.
— Eu sei que Cam lhe deu o colar de ouro, também— Justin falou.
Luce não tinha pensado nisso, pois Cam tinha forçado a barra. Ela não podia acreditar que foi ontem. A ideia de usar isso a fazia sentir-se doente. Ela sequer sabia onde o colar estava – e nem queria saber.
— Ele quem colocou— ela disse, se sentindo culpada. — Eu não...
— Eu sei. O que aconteceu entre você e Cam, não foi culpa sua. De alguma forma, ele manteve a boa parte de seu charme angelical quando caiu. É muito decepcionante.
— Eu espero nunca mais vê-lo novamente.
Ela estremeceu.
— Tenho receio de que você possa. E há mais como Cam lá fora. Você deverá confiar em seus instintos — Justin alertou — eu não sei quanto tempo vai demorar para travá-lo acima de tudo o que aconteceu em nosso passado. Mas, entretanto, se você sentir um instinto, mesmo algo que não saiba identificar, confie nele. Ele provavelmente está certo.
— Então, eu confio em mim, mesmo quando não posso confiar em pessoas ao meu redor? — Ela perguntou, sentindo que este era apenas parte do que Justin queria dizer.
— Vou tentar estar lá para ajudar, e vou enviar cartas, tanto quanto possível quando você estiver longe— disse Justin. — Luce, você possui seu passado vivo em suas memórias... você não pode bloqueá-las ainda. Se algo parece ruim, fique longe.
— Onde você vai?
Justin olhou para o céu.
— Encontrar Cam. Nós temos algumas coisas para resolver ainda.
O mau humor em sua voz fez Luce ficar nervosa. Ela pensou mais uma vez a razão para a espessura da poeira que Cam havia deixado no cemitério.
— Mas você irá voltar para mim depois disso? Você promete?
— Eu... eu não posso viver sem você, Luce. Eu te amo. Isso não é apenas por mim, mas... — ele hesitou, depois balançou a cabeça — não se preocupe com nada disso agora. Só sei que eu virei para você.
Lentamente, com relutância, os dois se levantaram. O sol tinha acabado de espreitar por cima das árvores, brilhando nas estrelas pequenas, com alguns fragmentos de águas agitadas. Eles cobriram a curta distância que os separava da margem barrenta para pegar o avião. Luce queria que ele estivesse a quilômetros de distância. Justin poderia ter nadado na noite. E cada nascer e pôr do sol depois disso.
Ele pulou na água e começou a nadar. Luce fez questão de colocar o medalhão em sua camisa.
Confie no seu instinto. Se confiar nos seus instintos era importante, seus instintos lhe diriam que nunca fosse a qualquer lugar sem este colar.
Ela notou, chocada, novamente, como Justin começou seu lento, elegante movimento. Desta vez, com o luar, ela sabia que as asas iridescentes delineadas com gotas de água não eram invenções de sua imaginação. Eram genuínas.
Ela foi até a beirada, cortando a água com braçadas. Cedo demais, seus dedos tocaram acosta. Ela odiava que pudesse ouvir o zumbido do motor do avião, mais acima na clareira. Eles chegaram no lugar onde tinham que se separar, e Justin teve que quase arrastá-la para fora da água. Ela tinha ido de alegre e úmida para molhada e congelando. Eles caminharam até o avião, com as mãos dele em suas costas.
Para a surpresa de Luce, o Senhor Cole estava segurando uma grande toalha branca quando saltou do táxi.
— Um anjo me contou que você poderia precisar disso — ele contou, oferecendo-a a Luce, que a pegou com gratidão.
— Quem você está chamando de anjo? — Ariane apareceu por trás de uma árvore, seguida por Gabbe, que trouxe o livro dos Observadores.
— Viemos para desejar-lhe boa viagem — Gabbe falou, entregando o livro para Luce.— Leve isto— ela disse baixinho, mas seu sorriso era mais como uma carranca.
— Dá a coisa certa— disse Ariane, dando-lhe uma cotovelada Gabbe.
Gabbe puxou uma mochila térmica e entregou-a Luce. Ela tirou a tampa. Era um chocolate quente e o cheiro era surpreendente. Luce observou o livro e a garrafa térmica enquanto se secava, de repente se sentindo rica com os pertences. Mas ela sabia que logo que subisse no avião, se sentiria sozinha e vazia. Ela pressionou seu ombro contra o ombro de Justin, tomando vantagem de sua proximidade enquanto ainda podia.
Os olhos de Gabbe estavam claros e fortes.
— Vejo vocês em breve, ok?
Mas os olhos Ariane dispararam, como se ela não quisesse olhar para Luce.
— Não faça nada estúpido, como se tornar um monte de cinzas— ela arrastou seus pés. — Nós precisamos de você.
— Vocês precisam de mim? — Luce perguntou.
Ela precisou Ariane para mostrar-lhe as coisas na Sword & Cross. Precisou de Gabbe naquele dia na enfermaria. Mas por que precisariam dela? As meninas apenas responderam com um sorriso triste, antes de voltar para a floresta. Luce virou-se para Justin, tentando esquecer que o Sr. Cole ainda estava a alguns metros de distância.
— Eu vou lhe dar um só momento — o Sr. Cole disse, pondo-se a caminho.
— Luce, a partir do momento em que o motor ligar, serão apenas três minutos para decolar. Vejo você na cabine.
Justin levantou e apertou a testa com a dela. Como seus lábios em contato, Luce tentou se agarrar a qualquer parte deste tempo. Ela necessitava a memória deste momento, da mesma forma que precisava de ar. Porque se Justin a deixasse, tudo começaria a parecer como um sonho. Parte pesadelo, parte sonho, no entanto. Como poderia ela sentir o que pensava que sentia por alguém que nem sequer era humano?
— Então — disse Justin. — Cuidado. Sr. Cole irá guiá-la até que eu volte.
Um assobio do avião Sr. Cole disse para se apressarem.
— Tente se lembrar do que eu disse.
— Que parte?— Luce perguntou, com um pouco de pânico.
— Tanto quanto possível, mas, acima de tudo, que eu te amo.
Luce estava fungando. A voz dela iria quebrar se tentasse dizer algo. Hora de ir.
Ela correu para a porta da cabine, sentindo as explosões quentes das hélices quase se tocando. Havia uma escada de três degraus, e Sr. Cole estendeu a mão para ajudá-la a entrar. Ele apertou um botão e a levou pelo avião em linha reta. A porta foi fechada.
Ele olhou para o painel de instrumentos complicados. Nunca tinha estado em um avião tão pequeno. E nunca esteve em uma cabine de piloto. Havia luzes e botões em toda parte. Ela olhou para o Sr. Cole.
— Você sabe como pilotar essa coisa? — perguntou, enxugando os olhos na toalha.
— Força Aérea americana, divisão cinquenta e nove, a seu serviço— disse ele, acenando.
Luce desajeitadamente acenou de volta.
— Minha esposa sempre diz para não falar com as pessoas do meu voo no Vietnã — disse ele, facilitando a volta em um câmbio de marchas de prata de largura. O avião estremeceu com o movimento. — Mas temos um longo voo, e eu tenho um público encantador.
— Você quer dizer um público cativo — disse ela.
— Um dos bons — Sr. Cole cutucou. — Brincadeira — disse ele, rindo.
— Eu tinha imaginado.
A maneira como ele se virou para ela quando ela riu lembrou como seu pai sempre fazia quando estava assistindo a um filme engraçado, o que a fez se sentir um pouco melhor.
As rodas estavam girando rápido e agora a “pista” na frente deles parecia ter encurtado. Eles teriam de subir logo, senão iriam cair direto no lago.
— Eu sei o que você está pensando — ele gritou por cima do rugido do motor. — Não se preocupe, eu faço isso o tempo todo!
E pouco antes de atingir a margem lamacenta, o homem puxou a alavanca dura entre eles, e o nariz do avião se inclinou em direção ao céu. O horizonte foi tirado de vista por um momento e o estômago Luce balançou ao longo do tempo. Mas um minuto depois, o movimento da aeronave se estabilizou, e diante deles a visão consistia apenas de árvores e um céu estrelado. Abaixo deles estava o lago cintilante. A cada segundo, ele ficou mais distante. Eles tinham ido ao oeste, mas o avião estava fazendo um círculo, e logo a janela de Luce foi preenchida pela floresta, com Justin voando. Ela olhou para ele, esmagando a sua face contra a janela para olhá-lo, e antes de endireitar o avião outra vez, ela parecia ver o menor vislumbre de cor de mel. Ela apertou o medalhão no pescoço e levou-a aos lábios.
Agora, havia apenas as plantas debaixo deles, e do cemitério com o nevoeiro à frente. O lugar onde Penn logo seria enterrada.
— Eles realmente fizeram um número — Sr. Cole disse, abanando a cabeça.
Luce não tinha ideia de quanto eles sabiam sobre os acontecimentos que tiveram no lugar ontem à noite. Parecia tão normal, e ainda assim ela foi levando tudo isso em frente.
— Onde estamos indo?
— Para uma pequena ilha perto da costa — ele respondeu, apontando para a distância para o mar, onde o horizonte se perdia na escuridão. — Não é muito longe.
— Senhor Cole, você conhece os meus pais?
— São boas pessoas.
— Eu posso... Eu gostaria de falar com eles.
— Claro que sim. Apesar de não poder falar nada.
— Eles nunca poderiam acreditar em nada disso.
— E você? — Ele perguntou, dando um sorriso quando o avião subiu, nivelando-se no ar.
Isso foi outra coisa. Ela tinha de acreditar, em tudo – desde a primeira cintilação das sombras escuras, no momento em que os lábios de Justin conheceram os seus, por meio de Penn, que estava morta sobre o altar de mármore da capela. Tudo tinha que ser real.
O que ela poderia aguentar até ver Justin de novo? Ela agarrou o medalhão no pescoço, ela tinha uma vida inteira de memórias. Suas memórias, Justin havia dito, ela só tinha que desbloqueá-los.
O que elas contém Luce não sabia, nem sabia o quanto o Sr. Cole sabia. Mas se sentiu como parte de algo na capela esta manhã, ao lado de Ariane, Gabbe e Justin. Não perdida, nem com medo e satisfeita... mas como se pudesse ser importante não só para Justin– mas para todos eles.
Ela olhou através do vidro. Eles estavam passando por pântanos agora, e pelo caminho que Cam a levou para chegar a esse bar terrível, e o longo trecho da praia onde Justin havia beijado-a pela primeira vez. Eles estavam à beira do mar aberto, o que – em algum lugar – seria o próximo local de Luce.
Ninguém tinha feito a coisa certa e lhe disse que havia mais batalhas a serem travadas, mas Luce sentiu confiança dentro de si, que eles estavam no início de algo muito importante e difícil. Juntos.
E se as batalhas fossem horríveis ou redentoras, ou ambos, Luce não seria mais um peão. Um sentimento estranho estava passando por todo seu corpo – um empurrão em todas as suas vidas passadas, todo o amor que ela sentia por Justin e que tinha sido extinto tantas vezes.
Fim!

Então gente, gostaram do final? Eu chorei muito lendo esse final no livro, vocês não tem noção. Bem, aqui está a foto do livro, eu recomendo, mesmo que tudo que está nele eu escrevi aqui e tal, mas mesmo assim, pra quem quiser...


Bom, talvez eu vou copiar o segundo livro, mas não agora, quem sabe mais tarde. O segundo livro se chama Tormenta, pra quem quiser ler também. XOXO.